Transtorno de Estresse Pós-traumático.

Os eventos traumáticos e as suas consequências.

Transtorno de estresse pós-traumático

Caracteriza-se por uma Síndrome de ansiedade significativa, torpor emocional e revivência da experiência traumática após estresse físico e emocional que está além do que se pode esperar sendo traumático para a maioria das pessoas. A prevalência do transtorno situa-se entre 0,5 % para homens e 1,2% para mulheres. Para os homens a experiência traumática mais comum é o combate em tempos de guerra e para as mulheres o assalto ou estupro. O transtorno afeta qualquer idade porém na maioria são adultos jovens por estarem mais expostos aos estressores. Os sintomas desenvolvem-se a qualquer momento após o evento traumático podendo inclusive ser retardado ocorrendo até mesmo 30 anos após o fato. Bom prognóstico ocorre em pessoas que desenvolvem sintomas logo após o estresse, sendo os sintomas de curta duração e tendo essas pessoas um sistema de apoio social adequado.

I - Fatores que afetam o desencadeamento do TEPT:

  • Gravidade do estressor;
  • Vulnerabilidade da pessoa (crianças e idosos são mais vulneráveis).

II - Caracteristicas associadas:

  • Abuso e dependência de álcool e drogas;
  • Sentimentos de culpa, insônia, depressão, alucinações;
  • Ataques de pânico, impulsividade, violência;
  • Comprometimento da memória e da concentração.

III - Sintomas: duração mínima de 1 mês:

A vivência pela pessoa de um acontecimento que implica em séria ameaça à própria vida ou integridade física, ameaça à filhos, cônjuge ou parentes próximos, súbita destruição da casa ou presenciar a morte, acidente ou violência física de outra pessoa, seguido de revivência do evento traumático através de recordações recorrentes, intrusivas e angustiantes, ou sonhos angustiosos persistentes, sentir como se o evento estivesse por ocorrer novamente de modo antecipatório como sofrimento psicológico intenso quando da exposição a situações semelhantes a do estressor, causando também comportamento evitativo e embotamento da reatividade geral, esforço para evitar situações que recordem o trauma, pensamentos e sentimentos associados ao trauma, bloqueios de memória para recordar aspectos importantes do evento, diminuição do interesse pelas atividades rotineiras, sentimentos de estranheza em relação aos outros, variação da afetividade, sensação de futuro encurtado, insônia, irritabilidade, redução da concentração, hipervigilância, sobressaltos, hiperreatividade fisiológica (suores, tremores, palpitações) em locais que se assemelham ao acontecimento traumático.

IV - Tratamento:

  • Importante um manejo confortador em ambiente seguro é condição primária para o estabelecimento do tratamento adequado;
  • Psicoterapia é fundamental para a abordagem das conseqüências do trauma bem como da reparação das possíveis seqüelas;
  • Medicamentos podem ser indicados conforme os sintomas apresentados (antidepressivos, ansioliticos, sedativos, tranqüilizantes ou antipsicóticos);
  • O apoio familiar e social é de significativa importância para a reestruturação da segurança e confiança assim como suporte psicoeducacional para conhecimento dos mecanismos traumáticos oportunizando um reestabelecimento emocional e psicológico da vitima.

Dra. Beatriz Schmidt - CREMERS 23222